- Você veio cedo hoje. – disse Lony.
- É, cheguei mais cedo hoje.
- Você está melhor?
- Melhor? Eu não tinha nada.
- Não minta para mim. – Lony sorriu. – Eu percebi que não
estava bem ontem. Vou perguntar de novo. Você está melhor?
- Nossa. – disse Helena bastante surpresa – Que observador
você. Sim, eu estou melhor.
Por um longo momento pairou um silêncio no ar, até que
Helena falou séria. – Sabe Lony, ontem eu só queria conversar, mas você foi
embora, e isso me deixou mal.
Lony ficou surpreso, e silenciou. – Desculpe-me, eu apenas
não sabia se fingia não ter notado nada, ou se eu perguntava o que tinha
acontecido, então resolvi ir embora.
- Tudo bem Lony. Eu já superei.
- Mas me diga Helena. Quais são seus problemas?
- Todos possíveis.
- E o que seria esse “todos possíveis”?
- Eu não tenho amigos, nunca consigo nada, minha relação com
minha família não é boa, no colégio não gostam de mim, não sei fazer
simplesmente nada, é como se eu não existisse, e eu preciso vir ao telhado da
minha casa para poder conversar com alguém. –Helena estava vermelha, com um tom
de raiva, e então grita. – ESTÁ BOM OU QUER MAIS?
- Calma Helena. Eu só fiz uma pergunta. Não precisa gritar.
- Eu sei. – diz Helena soltando um suspiro de alívio. –
Desculpe-me, é complicado, você não entenderia.
- Então me faça entender.
- Só porque eu estou melhor não quer dizer que esteja 100%. Hoje
não Lony.
- Tá. Eu respeito.
- Lony. Eu vou dormir tá. Olhar por teto por um tempo.
- Tudo bem. Boa noite Helena.
- Boa noite. Desculpe-me. – despediu-se Helena com um
sorriso triste.
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