Helena era solitária demais para uma garota de 10 anos, eram
tantos problemas, em casa, no colégio, na sociedade, no seu eu, “problemas
demais, pouca idade” dizia ela. Surpreendia-a ter encontrado alguém como Lony
Stone, alguém para ouvi-la, para aconselhá-la. Era calada, presa no seu mundo,
só dela. Helena tinha o costume de ir para o telhado de seu quarto para
observar as estrelas, ela sempre levava um caderno onde costumava fazer
anotações, em sua maioria Helena escrevia poemas, sobre tudo. Ela era muito
observadora, e esse era seu grande dom, mas para seus olhos não era nada.
Helena ainda não tinha percebido que Lony havia mudado-a,
mas mudanças ainda iriam acontecer. Helena ainda tinha o mistério de si para
desvendar. Lony acreditava nela, esperava coisas boas dela, confiava mais do
que qualquer outra pessoa podia confiar, e ela confiava nele, alguém que não
tinha medo dela, que queria conhecê-la, isso era tudo que Helena queria, Lony
era tudo que ela queria.
Mas lá estava ela, no telhado de seu quarto, conversando com
alguém, confessando para si mesma o quanto era só, deixando alguém invadir seu
mudo, abrindo portas para que ela pudesse sair. Alias, já estava na hora de
sair e se conhecer, e viver.
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